sexta-feira, 13 de junho de 2014

Projeto Institucional: Mediação de Conflito

Objetivo geral
Melhorar as relações interpessoais e incentivar o diálogo para a resolução de conflitos.

Objetivos específicos
- Para os gestores Promover o diálogo e construir as regras coletivamente.
- Para os professores Discutir formas de intervenção e dar a autonomia aos alunos.
- Para os funcionários Compreender as práticas de mediação e atuar para validá-las.
- Para os alunos Refletir sobre a importância do respeito, da cooperação e da solidariedade e debater maneiras não violentas de reagir a situações diversas.

Tempo estimado
O ano todo.
Desenvolvimento
1ª etapa Apresentação
Prepare a comunidade para receber o projeto organizando palestras com psicólogos, juristas e educadores sobre direitos humanos, violência na sociedade e na escola e formas de intervenção diante dos conflitos.

2ª etapa Criação de equipe de apoio
Identifique as pessoas que mais se interessaram pelo tema e as convide para dar apoio ao projeto. O ideal é que a equipe tenha um representante de cada segmento. O comitê deverá se reunir uma vez por semana para fazer a supervisão e a avaliação.

3ª etapa Diagnóstico
A primeira ação do grupo é mapear o clima escolar considerando as seguintes questões: como é o processo de elaboração das regras? Qual a percepção de justiça dos alunos com relação à resolução dos problemas e às normas da instituição? Quais as principais causas das brigas? Como elas são solucionadas? Como é a relação da escola com a comunidade? Use questionários ou entrevistas com grupos focais para fazer o levantamento.

4ª etapa Definição das ações
Para que o projeto consiga resolver os conflitos de todas as naturezas, implemente as seguintes ações:
Mediação coletiva Momento no qual problemas coletivos são discutidos entre os interessados, com o acompanhamento de um professor ou gestor.
Sala de mediação Espaço onde as partes envolvidas conversam sob a coordenação do mediador e discutem possíveis soluções.
Alunos ajudantes Jovens assumem a função de integrar os novos colegas, identificar os que estão sendo excluídos pelo grupo e ajudar os que estão com algum tipo de problema interpessoal.
Professor tutor Faz intervenções individuais com o aluno que apresenta problema de comportamento, faltas ou dificuldades sociais.
O docente sugere a ele atividades que o levem a refletir sobre suas atitudes.

5ª etapa Escolha dos participantes
Os mediadores podem ser indicados ou eleitos pela própria equipe. Os professores podem ficar responsáveis por escolher os alunos; a coordenação pedagógica, os professores; e os gestores, os funcionários. O importante é ter claro que para assumir esse papel a pessoa deve ter liderança, contar com a confiança dos colegas e ser comunicativa e sociável.

6ª etapa Formação
A capacitação dos monitores pode ser feita por organizações não governamentais e universidades parceiras. Em estados como Ceará e Minas Gerais, o Ministério Público oferece formação na área. A orientação, contudo, fica a cargo da equipe de gestão. O curso deve ser dividido em módulos - formas de violência, sexualidade e igualdade de condições entre gêneros, concepções relativas à mediação, ética e legislação estão entre os possíveis temas.

7ª etapa Implantação
O projeto entra em vigor assim que a primeira turma se formar. Disponibilize uma sala para as mediações e organize um quadro com os horários em que os alunos ajudantes e os mediadores vão usá-la. Na porta, coloque um quadro com o nome e a série dos mediadores e um resumo de suas funções. Incentive a equipe de apoio a pensar em maneiras de divulgar o projeto em blogs, mural etc.

Avaliação
A equipe de apoio e os participantes devem discutir a eficiência das ações, os avanços e as alterações necessárias diante dos resultados. Alunos, professores e funcionários podem responder a um questionário sobre as mudanças no clima escolar e o próprio modo de agir. O registro das reuniões deve ser compartilhado com todos. É interessante que os membros da equipe se autoavaliem para refletir sobre o envolvimento com a proposta. No fim do ano, apresente os dados à comunidade e garanta a continuidade do projeto.

Consultoria Lívia Maria Silva Licciardi, doutoranda em Psicologia Educacional, Desenvolvimento Humano e Educação pela Unicamp.
Publicado em GESTAO ESCOLAR, Edição 027, Agosto/Setembro 2013.

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